ObjectivosOs objectivos do ciclo de estudo são o de formar profissionais especializados com conhecimentos adequados a:
1. Concepção, planeamento, projecto, implementação, gestão e monitorização de pequenas unidades produtoras de biocombustivel.
2. Prestação de apoio técnico-científico, manutenção, funcionamento de unidades de produção de biocombustiveis e componentes associadas aos processos, uncluindo a recolha e selecção da biomassa, as culturas, as técnicas de recolha e os métodos de transformação.
TitulaçãoMestrado em Biocombustiveis
ConteúdoA organização do presente curso de Mestrado é a indicada nos artigos
20.º e 23.º da Lei n.º 74/2006. Assim, o primeiro ano integra um curso de
especialização, constituído por um conjunto organizado de unidades
curriculares, denominado curso de mestrado, a que corresponde 50% do
total dos créditos do ciclo de estudos (60 ECTS). O segundo ano corresponde
a um estágio de natureza profissional que poderá constituir a base de
desenvolvimentos e ou aplicações originais, em muitos casos em contexto de
investigação; que é objecto de relatório final, correspondendo aos restantes
50% do total dos créditos do ciclo de estudos.
O grau de mestre é conferido aos que obtenham aprovação nas
unidades curriculares que integram o plano de estudos do curso e no acto
público de defesa do trabalho de projecto ou relatório de estágio profissional.
Biocombustíveis
Duas vertentes têm vindo a desenhar-se como importantes na área
dos biocombustíveis [2]:
A primeira envolve a conversão de óleos e gorduras, animais ou
vegetais em ésteres metílicos ou etílicos de ácidos gordos, que constitui um
combustível com propriedades próximas ao cetano (diesel). Este pode ser
usado naqueles motores diesel de uma forma parcial ou mesmo total, sem
qualquer modificação do motor. Uma grande variedade de óleos poderá ser
usada, existindo mesmo unidades em funcionamento que transformam
directamente óleos extraídos de culturas especificamente para esse fim. No
entanto um elevado volume de combustível poderá ser obtido por
recuperação de óleos e gorduras de fritura, subproduto da actividade
alimentar, e mesmo por recuperação de gorduras de origem animal.
A segunda envolve a obtenção de etanol, que pode ser adicionado à
gasolina ou utilizado de forma exclusiva em motores modificados. O etanol é
essencialmente obtido pela fermentação alcoólica de soluções açucaradas,
sendo a sua tecnologia bem conhecida e utilizada desde a antiguidade. Assim
sumos de frutos, ou subprodutos açucarados poderão sofrer conversão
directa a etanol. Exemplos são os melaços de cana utilizados no Brasil; a
beterraba sacarina, que após moagem é facilmente fermentável a etanol.
Produtos contendo amido poderão também ser convertidos em etanol, mas
exigem um passo adicional onde os polissacarídeos são hidrolisados a
glucose. Desta forma batata, cereais, restos de alimentos poderão ser
convertidos, podendo em certas áreas constituir possibilidades interessantes
de produção de etanol.
No entanto a via que se prevê constituir como a mais importante e
mais competitiva é a utilização de materiais lenhino-celulósicos na obtenção
de etanol.[3] Assiste-se hoje, a nível mundial, a uma corrida pela aquisição
e desenvolvimento da tecnologia que permita utilizar estes materiais, muito
abundantes, baratos e muitas vezes resíduos que necessitam de tratamento.
Entre estes refere-se a madeira, as palhas resultantes da produção
cerealífera, as carumas e outros resíduos florestais, o papel velho, entre
outros. A possibilidade de uso deste tipo de biomassa é conhecido há longos
anos, simplesmente o processo não era economicamente competitivo com o
petróleo, com a tecnologia até recentemente existente. O preço actual do
petróleo e as novas tecnologias disponíveis, especialmente a engenharia
genética, têm potencial para inverter totalmente a situação.