A prática da Medicina está cada vez mais dependente do modo como os dados clínicos são recolhidos, processados e comunicados. Assim, a prestação eficiente de cuidados de saúde de qualidade poderá estar intrinsecamente associada à tomada de decisões, em tempo e local próprios, baseadas na informação do doente e no conhecimento dos profissionais de saúde. De igual forma, a comunicação é essencial para a prestação de cuidados, a investigação e a gestão em saúde pois todas estas actividades resultam da partilha de informação entre os membros de uma equipa. De facto, uma grande parte dos custos operacionais de um hospital este associada a actividades de comunicação entre profissionais ou entre estes e os utentes dos serviços.
Também a relevância das tecnologias de informação e comunicação (TIC) na investigação e utilização de fármacos, equipamentos médicos ou outras tecnologias de saúde tem aumentado continuamente. A capacidade de gerir e usar estas tecnologias será certamente uma das mais importantes vantagens competitivas das instituições de saúde e terá um grande impacto na eficiência de futuros sistemas de saúde.
Por outro lado, a maioria dos projectos envolvendo TICs não consegue atingir os seus objectivos dentro do tempo, orçamento e expectativas previstas, sendo uma das razões apontadas a sua crescente complexidade, tanto no domínio científico, tecnológico e normativo da informática médica como no domínio da legislação nacional e internacional e dos protocolos clínicos.
A Informática Médica estuda os aspectos teóricos da ciência da informação específicos ao entendimento dos dados, informação e conhecimento biomédicos e a aplicação prática das tecnologias de informação em sistemas de saúde, tendo com objectivo o aumento da segurança, efectividade, eficiência, equidade e disponibilidade da prestação de cuidados.
Neste contexto, a criação de um Mestrado em Informática Médica na Universidade do Porto, fruto de uma iniciativa comum entre as Faculdades de Medicina e de Ciências, tenta cobrir a falta de conhecimentos e aptidões nesta área sentidas por diversas classes de profissionais que trabalham na área da saúde.
O programa de mestrado cobre uma variedade de assuntos científicos e técnicos tais como: registos clínicos electrónicos na prestação de cuidados primários e terciários; sistemas de codificação e classificação de diagnósticos e procedimentos; normas de TIC no domínio da saúde; processamento de sinal e imagem; comunicações electrónicas entre prestadores de cuidados; sistemas de suporte à decisão; e implementação e avaliação de tecnologias e de sistemas de informação.
Este programa foi especialmente desenhado para médicos, enfermeiros ou outros profissionais de saúde e para cientistas de computadores ou engenheiros de informática que pretendam melhorar os seus conhecimentos e aptidões em informática médica a aplicá-los na suas instituições, tendo como objectivo o melhoramento da prestação de cuidados de saúde.