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Desde os tempos mais remotos que a sexualidade, como base da coesão das células comunitárias e como forma de agregação de indivíduos em torna da reprodução, se mostra como peça fundamental para compreender a organização social e os imaginários individuais e colectivos.
Desde, pelo menos, o Neolítico que arqueologicamente temos de relacionar a sexualidade com a própria noção de divino, e transportar esses códigos para a definição dos ritos, das crenças e das teologias.
Seja em torno das hierarquias e das formas de estruturara s sociedades, seja em torno da relação com o Cosmos e com a ciclicidade da natureza, o feminino e o masculino afrontam-se num quadro de sobrevivência das comunidades onde a sexualidade é imagem dos desejos sociais e dos medos ancestrais.
Herdeiros deste universo que plasma o macro no micro, onde a prostituição sagrada e o casamento estão enquadrados de formas agora inusitadas, veremos como os monoteísmos constroem novas realidades teológicas que enquadram moralmente práticas antigas, relegando-as para o mundo do que é tido como negativo. Exclui-se o corpo da teologia e defendem-se as asceses como metodologia de sublimação de um espírito cada vez mais..