Actualmente, o índice de área construída em Portugal atingiu níveis tais que, em termos de sustentabilidade económica e ambiental, obrigam a que o mercado da construção comece a encarar e a atribuir maior importância à conservação e reabilitação das construções existentes. Esta actividade debate-se, no entanto, com a notória falta de técnicos com formação nestas áreas, nomeadamente no que se refere:
- a conhecimentos históricos, que permitam detectar e prever condicionantes relacionadas com o funcionamento das estruturas;
- ao domínio de técnicas construtivas de diferentes épocas e das metodologias melhor adaptadas às operações de conservação e reabilitação;
- ao conhecimento dos materiais adoptados na construção e da sua compatibilidade com os materiais a utilizar na intervenção;
- às técnicas de reforço melhor adequadas à intervenção na estrutura;
- a aspectos relacionados com a reutilização de materiais, etc.
Assim, com a formação de Engenheiros de Conservação e Reabilitação pretende-se dotar o mercado de técnicos superiores capazes de resolver problemas de ordem tecnológica, possuidores de conhecimentos do objecto arquitectónico em que irão intervir, dos processos construtivos adoptados na sua execução, dos materiais empregues (domínio das propriedades mecânicas e químicas dos materiais que lhes permitam especificar correctamente soluções compatíveis, económicas e duráveis), de patologias da construção (suas causas e processos adequados de reparação), metodologias de intervenção (técnicas de reforço), etc.
Pretende-se que os licenciados em Engenharia de Conservação e Reabilitação obtenham competências específicas que lhes permitam:
- apoiar a gestão, direcção e fiscalização de obras de conservação e reabilitação;
- dar apoio na elaboração de projectos de conservação e reabilitação;
- intervir, ao nível das estruturas autárquicas, no acompanhamento e análise de obras e projectos de conservação e reabilitação;
- dar assessoria técnica a pequenas e médias empresas de construção na sua área de especialidade.