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A noção de fazer saber artístico comporta, em si, a segunda premissa fundacional para este curso: a reivindicação de uma epistemologia própria para a investigação levada a cabo por artistas. Muito mais que propor um rótulo de designação historicista, interessa questionar activamente o território da arte contemporânea como lugar privilegiado de experimentação e interrogação que se alarga para âmbitos não estritamente reservados à pesquisa estética. Trata-se pois de uma proposta de abordagem de amplitude alargada, uma opção pela transdisciplinaridade que, ao ser capaz de gerar esta espécie de epistemologia para o lugar da interrogação artística, terá a capacidade de reflectir — não por inclusão, mas por alargamento — outras disciplinas, com particular ênfase naquelas que questionam directamente a envolvência de realidades com que a arte se contextualiza para existir.
A estas considerações devemos acrescentar a crescente incorporação de mecanismos de índole tecnológica na elaboração das peças artísticas. Esta só foi possibilitada pelo correspondente desenvolvimento tecno-científico. Podemos, constatar, contudo, que a aceleração definitiva se dá a partir das últimas décadas do século XX. Este é o tempo e o espaço das práticas artísticas contemporâneas.